Ensino básico privado, um vasto segmento de oportunidades

POR JOS É ARANHA JÚLIO

No ano de 2021,o mercado de escolas de educação básica privadas, representava 23,14%, ou seja, 42.226 escolas particulares de ensino básico.

Entre os anos de 2019 e 2020, as oportunidades para aquisições no ensino superior aos poucos ficaram estagnadas, ou seja, grandes players já haviam atingido o limite máximo de aquisições definido pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Mas, antes disso, já começamos a presenciar o início de uma forte movimentação no segmento de escolas de educação básica privadas. Vamos a uma breve cronologia num mercado que tem movimentado grandes cifras financeiras, atraindo novos investidores e transformando escolas em grandes grupos/players, inclusive abrindo capital em bolsa de valores como a Nasdaq.

Em julho de 2010, o grupo SEB (CEO Chaim Zaher) vendeu para os ingleses da Pearson, por 600 milhões de reais, seu negócio mais rentável – as marcas de ensino COC, Dom Bosco, Pueri Domus e Name – e fechou o capital do grupo.

Envolvidos no negócio: a editora, o material didático e todo o sistema que vinha no pacote, desde o desenvolvimento das apostilas até o treinamento dos professores.

Ficou fora da aquisição apenas as escolas físicas. Em maio de 2019 a Arco Platform Limited, ou Arco Educação, anunciou a aquisição de 100% do capital social do Sistema Positivo de Ensino por R$1,65bilhão.

O Sistema Positivo de Ensino atende a mais de 695 mil alunos em cerca de 3.400 escolas particulares, em todos os estados do Brasil.

A compra mais do que dobrou a presença da Arco, que passou a atender aproximadamente 1,2 milhão de alunos em cerca de 4.800 escolas brasileiras.

Em fevereiro de 2021, dois grandes grupos educacionais realizaram uma troca de ativos.

A Cogna / Vasta vendeu seus 51 colégios por cerca de R$ 1 bilhão de reais aEleva(com 120 mil alunos e 246 escolas), que, por sua vez, repassou à líder do setor seu sistema de ensino por cerca de R$ 600milhões, sendo a diferença paga em ações.

Em março de 2021, a Arco Educação fez a aquisição dos sistemas de ensino COC e Dom Bosco, que pertenciam à britânica Pearson, por 920 milhões de reais.

Os dois sistemas, o COC e o Dom Bosco, são voltados para o ciclo completo do ensino básico, que inclui os ensinos infantil, fundamental e médio até chegar ao pré-vestibular. Juntos, atendem mais de 800 escolas e cerca de 210.000 alunos.

Em junho de 2022 a Rede Decisão, grupo de educação com atuação em São Paulo e Minas Gerais, fechou a compra do Colégio Renovação do Bosque da Saúde, na zona Sul de São Paulo.

O valor da aquisição foi mantido em sigilo. A compra foi feita com recursos próprios Conforme algumas informações, nos três primeiros meses de 2022 foram registradas 19 operações de fusão e aquisição no setor de educação no Brasil.

O número representa um aumento de 72,7% na comparação com o mesmo período de 2021(Fonte: consultoriaKPMG).

Num mercado de excelentes oportunidades investidores estão atentos. O setor de educação, globalmente, deve receber mais de US$ 10 trilhões em investimentos de governos, empresas e consumidores até 2030 (Fonte: empresa de inteligência de mercado HolonIQ).

Isto é somente uma amostra de tudo que virá pela frente, e qual será o cenário para a educação básica.

Nos mostra também, o quão importante é uma gestão sólida em seus fundamentos, clareza nos objetivos e visão de atuação.

Nunca foi tão importante, como é atualmente, dispormos de ferramentas e indicadores de gestão capazes de nos ajudar a tomar uma decisão rápida ou mudarmos radicalmente para não entrarmos em rota de colisão.

Vivemos num mercado em constante movimento e transformação, novos produtos e serviços no segmento educacional nascem da noite para o dia.

A qualidade do serviço oferecido pela Escola é imprescindível, assim como os mecanismos de fidelização, para isso é necessário matéria-prima de primeira linha: investir em bons docentes e, se possível, ter um bom celeiro para desenvolvimento de profissionais dentro do ambiente, com DNA diferenciado para atrair a atenção dos discentes.

A instituição deverá apresentar excelentes indicadores de gestão administrativa e financeira, para proporcionar uma rápida leitura da saúde financeira.

Tudo isso somado resultará numa Escola competitiva: resultados notadamente comprovados, atingidos e demonstrados pelos indicadores externos; alunos fidelizados, comprometidos a aprender cada vez mais e, finalmente, funcionários alinhados, motivados e que pensam em equipe.

JOSÉ ARANHA JULIO
CEO / Consultor e Auditor
(11) 98195-8662
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Instagram: @consultoria.escolar

José Aranha Júlio

CEO – JULIU’S BUSINESS FINANCIAL CONSULTING

Com 35 anos de experiência na área contábil e financeira, tendo atuado nos segmentos de indústria, comércio e serviços. Foi Auditor da Arthur Andersen.  Atualmente, desenvolve projetos de melhoria e performance administrativa e financeira em diversas instituições de ensino, em todo território nacional, participando diretamente nas estratégias com os sócios / CEO de grandes grupos educacionais que cresceram acima de 400% nos últimos 5 anos.

Diagnosticou e implantou vários projetos de reestruturação organizacional em várias instituições de ensino no país. Conferencista School Business, Saber e Educar, ministra palestras, em todos os Estados do Brasil, nas áreas financeira, econômica e tributária para todos os segmentos do setor educacional, inclusive terceiro setor. Coautor do livro Gestão Educacional, Marketing, Pessoas e Finanças: os pilares de uma gestão de sucesso.

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