Quais os desafios financeiros para as escolas em 2023?

O segmento de estabelecimentos particulares e privados de educação básica no Brasil encerrou 2021 com 40.542 escolas. Somente na região sudeste são 19.870 unidades e no Estado de São Paulo, especificamente, 11.236 escolas, ou seja, cerca de 28% do segmento privado de educação básica.

Nesses últimos anos, esse segmento foi e tem sido alvo de grande interesse por parte de grupos educacionais e investidores, temos presenciado aquisições de cifras vultosas, recentemente escrevi uma matéria pontuando ano a ano essas movimentações por parte desses grupos.

Com tudo isso há também a inclusão de diversos novos serviços e produtos no segmento, tornando as escolas cada vez mais competitivas e diferenciadas. Lógico, o cliente – pais de alunos e o próprio aluno – está cada vez mais exigente, fazendo com que as escolas se reinventem, pois encantar e fidelizar é fundamental.

Diante de todas essas movimentações, a concorrência nesse segmento, que já era grande, aumentou ainda mais. Novas escolas estão sendo inauguradas com estratégias inovadoras e com todo alinhamento geral previsto em seu business plan.

Muitas instituições estão se sobressaindo por seguirem uma disciplina rígida em suas gestões, com ferramentas de controles quantitativos, administrativos e financeiros, a fim de mapear e agir rapidamente em impasses ou situações de conflito. Outras escolas já trazem dívidas, historicamente, em seus budgets acumulados de anos anteriores: atrasos de impostos, empréstimos bancários para finalidade inadequada, etc.

Os gestores dessas instituições têm a expectativa que vão conseguir pagar as dívidas no próximo ano, por ocasião das rematrículas e novas matrículas, o que, na maior parte dos casos, não se concretiza e aumenta o volume de dívidas. 

Essa não é uma regra geral, há exceções e encontramos escolas com ótimos desempenhos qualitativo e quantitativo e excelentes indicadores financeiros.

O principal desafio das instituições particulares para reverter o acúmulo de dívidas é não aceitá-lo como algo normal. A equação “causa” e “efeito” deve ser diagnosticada, para que haja investimento na busca de indicadores de qualidade, encantamento de pais e alunos e, consequentemente, crescimento financeiro e resultados.

Para 2023, algumas escolas terão que se reinventar, o que significa, entre outras ações, investir em projetos de marketing a longo prazo, com o objetivo de mapear os seus melhores atributos e novas oportunidades.

POR JOSÉ ARANHA JÚLIO | JULIU’ S BUSINESS FINANCIAL CONSULTING